Encontro promovido pela ABPM em Belém debate práticas sustentáveis na cadeia produtiva do ouro

A segunda edição do Simpósio do Ouro Feira de Mineração da Amazônia aconteceu entre os dias 16 a 18 de outubro e reuniu empresas de mineração, representantes do governo federal e estadual e especialistas para debaterem práticas sustentáveis na produção, refino e comercialização do ouro no país

Por Conexão Mineral 18/10/2023 - 21:16 hs
Foto: ABPM
Encontro promovido pela ABPM em Belém debate práticas sustentáveis na cadeia  produtiva do ouro
Simposio do Ouro foi realizado em Belém (PA)

O Simpósio do Ouro buscou apresentar soluções efetivas para organizar a cadeia produtiva do metal no país ao incentivar o debate sobre aspectos regulatórios, tecnológicos, ambientais e iniciativas de governança e social, além da troca de experiências e oportunidade de negócios.            

A abertura do evento na Estação das Docas, em Belém, reuniu empresas de mineração do Brasil e do exterior que atuam no país, representantes do governo federal e estadual, especialistas e profissionais que atuam na cadeia produtiva do metal.

O presidente da ABPM, Luís Maurício Azevedo afirmou na abertura da segunda edição do Simpósio do Ouro Feira de Mineração da Amazônia, que o grande desafio das mineradoras que atuam na Amazônia é mostrar para a sociedade que é possível mineral preservando o meio ambiente.

“Temos de mudar nosso discurso e nossas práticas também, buscando um equilíbrio da mineração com seus impactos e chegarmos a um consenso com a sociedade. Mostrando que praticamos a mineração de forma que ela deixe um saldo positivo na vida das pessoas e no meio ambiente. Onde os benefícios de forma clara venham a compensar os custos,”, afirmou Azevedo.

Azevedo explicou esse processo passa por operação de minas mais seguras, de acordo com os mais elevados padrões de saúde, segurança e proteção ao ambiente. “E isto tem de começar desde a pesquisa, antes da mina ser estabelecida, lá atrás junto com os primeiros mapeamentos, com as análises químicas e geofísicas, e principalmente ouvindo as comunidades”, destacou.

Para o presidente da ABPM, apesar do mundo precisar dos metais, a extração não pode a qualquer custo é imperativo minerar com princípios. Reconhecendo que as alterações climáticas são uma ameaça real e inegável, à Amazônia e ao Brasil.

O deputado Federal Keniston Braga, integrante da Frente Parlamentar da Mineração Sustentável, disse durante painel sobre panorama dos investimentos em ouro no brasil, que mineração tem um papel importante para o mundo.

“No momento estamos falando da necessidade de preservação ambiental, da transição energética para a econômica mundial e não podemos abordar esses temas sem a mineração. E o estado do Pará é um dos principais produtores de minérios do Brasil.  Nós precisamos avançar nas discussões para tornar o ambiente da mineração mais seguro do ponto de vista jurídico, ambiental e sobretudo social, “disse o parlamentar.

Já Mauro Sousa, diretor geral da ANM, que representou o governo federal na solenidade de abertura, disse que os debates durante o evento são fundamentais para se promover   práticas sustentáveis na cadeia produtiva do ouro no Brasil, e que a ANN vem adotando medidas para combater a extração ilegal de ouro no país.

“Estamos regulamentando em atos normativos a lei que trata de lavagem de dinheiro, no que compete a Agência.  Mas para profundarmos mais e termos soluções tecnológicas para enfrentar o problema, precisamos de uma alteração legislativa que está em tramite no congresso Nacional para avançarmos na parte regulatória e de fiscalização”, afirmou Sousa.

Paulo Bengtson, secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia do Estado do Pará, que representou o governador Helder Barbalho, disse que o evento é um caminho para construir com sustentabilidade a cadeia produtiva do ouro no estado.

Paula Marieli diretora do Simineral destacou que o Pará é protagonista das principais discussões sobre a mineração no país. “Estamos discutindo agendas do setor, como ambiental, inclusão e os principais desafios do setor.  Formatar o que está sendo debatido aqui em propostas e endereça-las é essencial”, avalia.    

Em seguida, o painel sobre o panorama dos investimentos em ouro iniciou os debates do evento  com a presença de Vitor Saback, secretário de Geologia e Mineração do Ministério de Minas e Energia; e Anderson Baranov, presidente do Simineral.  O debate foi moderado pelo presidente da ABPM, Luís Maurício Azevedo.

“Acho que o simpósio está sendo realizado numa hora muito interessante, onde está se discutindo novas políticas, a situação da ANM, e o setor tem que se posicionar. É um momento em que o Brasil está indo muito bem em termos econômicos.  Temos que aproveitar essa oportunidade para discutir posições que possam vir ajudar o Brasil a atrair mais investimentos. A chegada de empresas de ouro, lítio, de terras raras vai trazer novos investidores, principalmente ao Pará, pelo potencial do estado em termos de mineração,” avalia Azevedo.

Segurança Jurídica e Competitividade na Cadeia Produtiva do Ouro; Listagem de Empresas no Mercado de Venture Capital no Brasil; Relacionamento com Stakeholders locais: como desenvolver vínculos com as comunidades?; Certificação e Rastreabilidade da Produção de Ouro; Novas Tecnologias aplicadas à Pesquisa Mineral para o Ouro; Projetos Avançados de Exploração Mineral; Desenvolvimento Inclusivo e Sustentável para Mineração na Amazônia e o  Papel dos Estados no Desenvolvimento da Mineração,  foram os principais temas  debatidos  durante os dois dias  do simpósio.